Aprender a aprender

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Esse é o discurso que proferi como patrono da turma de Administração no Mackenzie, no último dia 15 de agosto de 2017.

Boa noite, pais, mães, amigos. Boa noite aos professores que compõem a mesa, ao diretor, coordenador. Principalmente, boa noite, alunos e alunas formandos.

Peço licença a todos, mas preciso me dirigir aos formandos hoje.

É uma honra sem tamanho estar aqui mais uma vez hoje, mas é, também, uma grande responsabilidade estar aqui no encerramento deste ciclo tão importante da vida de vocês. Eu espero estar à altura de tal responsabilidade.

Vocês passaram 4 anos, alguns 5, aprendendo, sendo preparados para atuar e viver num mercado competitivo, dinâmico e tudo mais que seus professores cansaram de dizer e que alguns de vocês cansaram de escutar.

Mas eu queria falar de futuro. De um futuro onde dentro de 10, 20 ou 30 anos com carros auto dirigíveis, com órgãos artificiais, fábricas autogeridas. Um futuro onde não precisarão dirigir, onde não existirá filas de transplantes, onde o trabalho será muito mais intelectual do que é hoje. (E esperamos que nenhum maluco exploda o mundo antes disso)

Quantos de vocês já pensaram em como será esse ambiente competitivo, dinâmico e tudo mais daqui a 10, 20 ou 30 anos, quando muitos de vocês – provavelmente todos – estarão ainda no mercado.

Quantos de vocês já pensaram que muito do que aprenderam nos últimos 4 ou 5 anos não terá grande utilidade neste novo mundo que vocês começarão a viver logo que saírem por essas portas hoje?

Mas meu papel hoje, aqui, não é ser o abutre do mau agouro, o profeta do apocalipse que traz à mente um futuro sombrio, ao contrário, venho para lembrá-los das duas lições mais valiosa que aprenderam dentro desta instituição nos últimos anos – e que serão, espero, a chave para desbravarem esse novo mundo que se descortina à frente de vocês: aprender a pensar e aprender a aprender.

Esse futuro, felizmente, não “acontecerá” simplesmente. Ele será criado. E alguém precisará criá-lo. Quem de vocês estará disposto a isso? Quem está disposto a pensar, a questionar, a desafiar o funcionamento das coisas e propor algo novo, melhor? Quem realmente aprendeu a pensar e será criador desse futuro?

E, independente das mudanças que esse futuro trará, alguém precisará conduzir, organizar, administrar todo esse novo mundo, com novas tecnologias, novas ferramentas, novos paradigmas. E quem se manterá no topo, direcionando as novas e antigas organizações nesse novo cenário? Aquele que aprendeu a aprender, que é incansável na leitura, na busca por novos conhecimentos e habilidades.

Eu espero, ansioso, poder fazer parte desse futuro criado e conduzido por muitos de vocês.

E assim – por mais valiosas que tenham sido as aulas de logística, estatística, marketing, finanças, RH, estratégia e tantas outras – nesta noite, enquanto ainda podemos chamá-los “alunos”, espero que lembrem dessas duas lições: não se furtem a pensar; e nunca se cansem de aprender.

Eu já disse que vocês precisam ler mais?

Boa noite, sucesso e que Deus abençoe vocês!

É mais fácil

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É mais fácil punir que ensinar. Não que seja o melhor no longo prazo, mas certamente é mais fácil.

A mãe ou pai que prefere bater no filho ao invés de sentar e conversar. O colega que prefere pegar o serviço e fazer ao invés de ensinar como fazer. O professor que prefere bombar um aluno a sentar com ele e se dedicar a ensinar.

E, é dos professores e acadêmicos, que chega esta notíciaBibliotecária americana bane Wikipédia da vida escolar.

Uma bibliotecária de uma escola no estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos, bloqueou o acesso dos alunos de primeiro grau aos servidores da Wikipédia a partir dos computadores da biblioteca. Linda O’Connor, da Great Meadows (N.J.) Middle School, que há anos se opõe à enciclopédia online, decidiu tomar a dianteira e, além de banir o acesso dos usuários ao endereço, também distribuiu cartazes sobre os computadores com os dizeres “Just Say ‘No’ to Wikipedia” (”Apenas Diga ‘Não’ à Wikipédia”), lema semelhante ao da popular campanha antidrogas criada por Nancy Reagan que dizia “Just Say ‘No’ to Drugs”.

wikipedia[1]A razão, compreensível e justificável: muitos alunos usam a enciclopédia virtual como fonte única de trabalhos. Também sofro com isso (para quem não sabe/lembra, sou professor). Mas não é apenas a Wikipedia. Muitos alunos apenas copiam e colam trabalhos prontos da net. Felizmente (para mim, e até para eles) eu conheço “um pouco” de tecnologia e sei identificar um trabalho copiado. É zero sem pensar. E eles sabem… os que arriscam, raras vezes se dão bem.

Mas, pq me dou esse trabalho (de pesquisar as fontes dos trabalhos de meus alunos)? Porque quero que aprendam a fazer, não quero joga-los na fogueira e dizer “se vira”. A vida se encarregará dessa parte. Enquanto estão comigo, quero apenas que aprendam.

Nesse ponto, vejo valor na Wikipedia como ferramenta de inicio de uma pesquisa, de sondagem de um tema. Eu mesmo faço isso, sem crise de consciência. Mas, quando a coisa é séria, procuro fontes mais confiáveis.

E sobre confiabilidade, vai outro cutucão: quem disse que “outras fontes” tem informações “imparciais”? Sinceramente, penso que imparcialidade é apenas uma utopia humana.


Texto original em Na Toca da Cobra do dia 28-Nov-2007

Tecnologia e Sociedade

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Na última quinta-feira, aproveitando uma aula dupla que tivemos, a turma do 2º período de Administração de Empresas da FIT realizou uma discussão (muito interessante, por sinal) sobre o impacto dos rápidos avanços tecnológicos sobre a sociedade representada por seus valores, moral, leis e responsabilidades diversas.

Abaixo, com permissão dos alunos, seguem os links das apresentações utilizadas pelas duplas


Carlos e Josemar trouxeram a discussão do uso da internet por pré-adolescentes

Adélia e Daiane pegaram o gancho para tratar especificamente da questão da pornografia infantil

Marcos e Roberto, então, nos explicaram o conceito de sexting e discutimos o tema em sala.

Edgar finalizou trazendo um tema mais ameno e tratou a questão da inclusão digial.


Para saber mais

Sexting up UR nite

Sexting, Sex Texting

Para os pais

Lets talk about sexting

Generation Sexting

Desabafo de Mãe

Recordação

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Para quem não acredita que esse professor mala já lecionou com cabelos compridos e tinha o carinhoso apelido de “Prof. Cabelo” ou “Jesus”, aqui está a prova, enviada por e-mail pelo Jorge Trimboli, da turma de Gestão de Negócios e Informação, da Univ. Guarulhos, em 2004. Atualmente, o Jorge está com a família nos EUA, a trabalho.

Saudades dessa turma…

junior-2005-02-24

Sem cair em pieguice, mas esse tipo de coisa, para alguém apaixonado pela educação como sou, não tem preço (será que consigo aparecer no comercial da Mastercard?)

Spread the word

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Hoje recebi o contato de um estudante de administração de Minas Gerais, dizendo o quanto alguns dos slides que disponibilizo aqui o tem ajudado. Fiquei feliz. Não apenas pelo contato e reconhecimento, mas principalmente por saber que posso contribuir com alguém apenas disponibilizando o material aqui. Isso, para mim, é que é universalização e compartilhamento do conhecimento e da ciência.

São Google

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Costumo brincar com meus alunos a respeito do São Google, que é o santo padroeiro dos estudantes. Basta pedir-lhe qualquer coisa que ele traz a resposta. Desnecessário dizer tratar-se de uma brincadeira e, ainda mais, uma ironia, pois discordo disso. Penso que é uma boa fonte de pesquisa, mas é necessário saber como pesquisar. Dois exemplos: Google Books e Google Academic. Poucos (inclusive alunos) sabem da existência dessas duas ferramentas. São filtros muito interessantes para aqueles que não sabem distinguir uma página feita pelo “sobrinho” (quem lê, entenda) de uma página oficial, com documentos confiáveis.

Meu amigo Tiago Luchini (direto da Gelolândia) postou hoje mesmo um texto chamado Tenho medo do Google, cuja leitura recomendo para aqueles que estudam e, principalmente, que estão em fase monográfica (TCC’s e afins).

Boa diversão

Será mesmo que você é substituível?

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Será mesmo que você é substituível?

Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua
equipe de gestores.

Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:
“ninguém é insubstituível”.

A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao
silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém
ousa falar nada. De repente um braço se levanta e o diretor se prepara
para triturar o atrevido:

  • Alguma pergunta?
  • Tenho sim. E o Beethoven?

  • Como? – O encara o gestor confuso.

  • O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu o Beethoven?

Silêncio.

Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e
achei muito pertinente falar sobre isso…

Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas,
no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da
organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no
lugar.

Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank
Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os
Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Albert Einstein? Picasso?
Zico?

Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que
sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto,
são sim insubstituíveis.

Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado
para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem
seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da
sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando
energia em reparar ‘seus gaps’.

Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era
instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis obsessivo… O
que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de
arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus
talentos.

Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e
voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro.
Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.

Se seu gerente / coordenador, ainda está focado em ‘melhorar as
fraquezas de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que
barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter
notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bündchen por
ter nariz grande. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses
talentos.

Quando o Zacarias dos Trapalhões faleceu, ao iniciar o programa
seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:

“Estamos todos muitos tristes com a partida de nosso irmão Zacarias…
e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém… pois nosso Zaca é
insubstituível”

Portanto nunca esqueça: Você é um talento único… Com toda certeza
ninguém te substituirá.

Tenha um ótimo dia.

Moral da história, se voce não tiver certeza que possui seu talento
desenvolvido na mesma proporção de Beethoven, Tom Jobim, Ayrton Senna,
Ghandi, Frank Sinatra, Garrincha, Santos Dumont, Monteiro Lobato,
Elvis Presley, Os Beatles, Jorge Amado, Pelé, Paul Newman, Albert
Einstein, Picasso e Zico, continue ouvindo seu diretor.

Enviado por Cristiane Chaves (e-mail)