Um dia depois do Dia do Consumidor…

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…pergunto: existe “fidelidade” de clientes?

Parece sacrilégio perguntar isso. Alguns marqueteiros de plantão dirão que estou bebado, outros
trarão a camisa de força. Mas a pergunta é séria: existe? O que torna alguém fiel? Amor, respeito, cuidado, índole, valores pessoais. A lista é grande e não para aí. O que me incomoda é: quantas dessas características podem ser aplicadas a um produto ou serviço, a uma marca ou empresa?

Certamente há elementos de amor, respeito quando falamos de algumas marcas ou empresas. Google, uma empresa admirada, tem sua legião de fãs. Mas – e é esse meu ponto – esses fãs não são incondicionais, não “amam” a Google simplesmente porque ela é “cool”. Pessoas amam a Google porque ela lhes dá o que querem. E a minha questão é essa: isso é fidelidade? Ou isso é atendimento de necessidades? As pessoas que usam os serviços da Google continuarão a amá-la se ela, simplesmente, parar de lhes entregar o serviço? De forma que, na prática, quando alguém fala em “fidelizar o cliente”, eu digo apenas “entregar o que ele quer… e um pouquinho a mais”.

Nesse caso, me vejo menos como um amante romântico que buscará o amor de seu cliente a todo custo; e mais como um traficante de drogas experiente, que sabe que dar um pouquinho a mais vai apenas viciar um pouquinho mais o cliente e prendê-lo a você.

O exemplo é ruim? Não! É forte, chega a ser repugnante, mas não creio que ele deixe de ser realista por isso. Utópico é acreditar que que uma marca ou empresa possa fazer de tudo e achar que seu cliente a perdoará “por amor”.

Aí eles caem da cama!

Matéria de Aula

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Caros, criei uma área exclusiva para agrupar todo o material de aula do site. No alto, na barra superior, é possível encontrar o link Material de Aula, onde deixei um objeto do SlideShare que agrupará todo o material que já utilizei em aula, de todas as disciplinas que já ministrei e de todos os anos. Justamente por isso, requer um pequeno cuidado: atente para a versão que estará olhando, para não se basear em uma versão mais antiga. Ainda não decidi se vale tirar as versões antigas ou mantê-las aqui, conto com a opinião de vocês para isso.

Enjoy it!

Redes Sociais fora do ar

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Venho dizendo aos meus alunos que o “fenômeno” das redes sociais não é nenhuma novidade. Ao contrário, é até bem antigo: existe desde que o primeiro humano falou com outro humano a começaram a criar um “laço” entre eles. Na verdade, Carlos Drummond de Andrade falava dele 15 anos antes de nascer a internet:

Quadrilha
1954, Carlos Drummond de Andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

Conrado Adolpho, do iMasters, publicou recentemente um texto que fala um pouco sobre isso, onde questiona se redes sociais são tendência ou modismo. Uma boa leitura.

Abaixo, por fim, vai o material que usei nas aulas sobre Mídias Sociais. Começo com uma breve explicação sobre o conceito de Redes Sociais e depois trabalho um pouco a idéia de mídia tradicional, sua mudança para o conceito de mídias sociais e, por fim, alguns (poucos) casos recentes nesse ambiente. Foram duas aulas nessa discussão e achei interessante o resultado: no fim, já tinha gente querendo analisar se os amigos e namoradas(os) tinham laços fracos ou fortes.

Eu de analista? No way!

Um novo endereço

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Caros, a partir desta sexta-feira este blog estará hospedado num novo endereço.  Esse 1 ano hospedado no WordPress foi muito bom para aprender mais da ferramenta, isso vale para mim e para vocês. Desde o post de 24 de Agosto, estamos juntos aqui lendo notícias, dicas, aprendendo e isso não para aqui.

A partir de hoje, o Blog do Prof. Sergio.Jr ficará num host próprio, utilizando a mesma ferramenta WordPress, mas agora no endereço http://professor.sergiojr.info. Mesmo relacionamento, mesmo teor, mesmo conteúdo, mais praticidade e flexibilidade. Sem falar de um lay-out mais bonito e moderno.

Para quem assina a lista de recebimento de e-mail, não muda nada, passará a receber os novos posts normalmente. Para quem assina RSS, sugiro pegar o endereço no novo blog.

Aguardo vocês lá!

Prof. Sergio.Jr

É mais fácil

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É mais fácil punir que ensinar. Não que seja o melhor no longo prazo, mas certamente é mais fácil.

A mãe ou pai que prefere bater no filho ao invés de sentar e conversar. O colega que prefere pegar o serviço e fazer ao invés de ensinar como fazer. O professor que prefere bombar um aluno a sentar com ele e se dedicar a ensinar.

E, é dos professores e acadêmicos, que chega esta notíciaBibliotecária americana bane Wikipédia da vida escolar.

Uma bibliotecária de uma escola no estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos, bloqueou o acesso dos alunos de primeiro grau aos servidores da Wikipédia a partir dos computadores da biblioteca. Linda O’Connor, da Great Meadows (N.J.) Middle School, que há anos se opõe à enciclopédia online, decidiu tomar a dianteira e, além de banir o acesso dos usuários ao endereço, também distribuiu cartazes sobre os computadores com os dizeres “Just Say ‘No’ to Wikipedia” (”Apenas Diga ‘Não’ à Wikipédia”), lema semelhante ao da popular campanha antidrogas criada por Nancy Reagan que dizia “Just Say ‘No’ to Drugs”.

wikipedia[1]A razão, compreensível e justificável: muitos alunos usam a enciclopédia virtual como fonte única de trabalhos. Também sofro com isso (para quem não sabe/lembra, sou professor). Mas não é apenas a Wikipedia. Muitos alunos apenas copiam e colam trabalhos prontos da net. Felizmente (para mim, e até para eles) eu conheço “um pouco” de tecnologia e sei identificar um trabalho copiado. É zero sem pensar. E eles sabem… os que arriscam, raras vezes se dão bem.

Mas, pq me dou esse trabalho (de pesquisar as fontes dos trabalhos de meus alunos)? Porque quero que aprendam a fazer, não quero joga-los na fogueira e dizer “se vira”. A vida se encarregará dessa parte. Enquanto estão comigo, quero apenas que aprendam.

Nesse ponto, vejo valor na Wikipedia como ferramenta de inicio de uma pesquisa, de sondagem de um tema. Eu mesmo faço isso, sem crise de consciência. Mas, quando a coisa é séria, procuro fontes mais confiáveis.

E sobre confiabilidade, vai outro cutucão: quem disse que “outras fontes” tem informações “imparciais”? Sinceramente, penso que imparcialidade é apenas uma utopia humana.


Texto original em Na Toca da Cobra do dia 28-Nov-2007

Literatura em 140 caracteres?

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“A meninada precisa ser seduzida. Ler pode ser divertido e interessante, pode entusiasmar, distrair e dar prazer”
Lya Luft


Li um texto da Lya Luft na Veja da última semana. A frase que vai acima é parte do texto e reflete uma preocupação que tenho como docente. Pode ser algo pessoal, mas entendo que, como docente, tenho uma missão maior do que simplesmente ensinar um conteúdo. Acredito que tenho que instigá-los a investigar, pensar, questionar. Utopia ou missão, não sei e não me preocupo em saber. Ajo e ponto.

Um grande desafio é auxiliar na transformação de uma “geração 140”¹ em leitores. Indepentende da obra – eu mesmo não tenho paciência para alguns “clássicos” – o hábito da leitura tem vantagens inúmeras. Além de treinar a mente,

Twitter

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enriquecer vocabulário, melhorar a escrita, a leitura pode proporcionar incontáveis horas de diversão a um custo muito baixo. Tão portátil quanto alguns celulares, um livro ainda tem a vantagem de não ser um objeto de desejo da maioria dos ladrões – o que é uma pena. Pode ser usado no metrô, em casa, na escola/faculdade, enquanto espera alguém no shopping… até mesmo no banheiro!

Há quase 2 anos faço uma experiência com meus alunos de 2º período na FIT. Essa turma tem comigo a disciplina de Fundamentos de Tecnologia que, apesar de ser tecnologia, é um conteúdo um pouco cansativo as vezes. Há alguns semestres, identifiquei que a média de leitura da sala era similar à média de leitura do brasileiro (algo em torno de 1,7 livros ao ano). O número não assustaria se não estivessemos falando de jovens com uma condição social estável e na maior capital do país. Eu me assustei. Esse número se repete em outras turmas e, por conta da missão que citei antes, propus-lhes um trabalho: indiquei alguns livros de ficção científica e tecnothrillers e desenvolvemos um trabalho de análise do ambiente tecnológico… do livro! Dan Brown, Michael Crichton, Asimov, Orwell tornaram-se nossos companheiros durante cerca de dois meses. Nas últimas apresentações, trouxemos de volta o “elemento 140”: com os slides online, fazíamos comentários e interagíamos com a apresentação através do Twitter. A experiência é incrível!

É interessante notar que, ao contrário do que muito se fala por aí, esses jovens podem, sim, tornarem-se leitores assíduos dos livros – e livros não necessariamente de papel, mas e-books, blogs e outros. Concordo plenamente com Lya Luft: eles precisam ser seduzidos. Não enganados, mas apresentados a outras possibilidades de leitura.

Fazer isso sem preconceitos e entendendendo as necessidades dessa geração é uma tarefa difícil, mas recompensadora.


¹ – Geração 140 é uma referência a aplicações internet como o Twitter, onde o usuário posta mensagens curtas que são acompanhadas por milhares de pessoas ao redor do mundo. O número de caracteres (140) é baixo pois segue a filosofia da mobilidade e praticidade, tendo como objetivo inicial ser usado com mensagens SMS em celulares.